Esta pergunta é muito comum nos nossos canais de atendimento na EEAP. Normalmente as pessoas interessadas em ingressar ou avançar na carreira bancária ficam em dúvida sobre as certificações por dois motivos: ou elas não entenderam a que servem essas certificações e/ou ainda não as diferenciaram claramente.

Depois que você ler este texto não terá mais dúvidas sobre o que são as certificações da ANBIMA e ficará bem evidente qual se aplica mais a você.

A que servem as certificações da ANBIMA

O primeiro passo é lembrar que a ANBIMA é Associação das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais. É uma associação formada por instituições financeiras, por bancos. Sendo uma associação, é uma entidade privada criada para atender os interesses de seus associados: os bancos.

No conjunto os bancos no Brasil empregam perto de 1 milhão de pessoas atualmente, mas pense na linha do tempo desde início deste século; o desafio de ter que contratar tanta mão de obra no nosso país. E, além disso, uma mão de obra qualificada, capaz de lidar com os instrumentos e com as (muitas vezes) complexas operações no mercado financeiros.

Não dá para ignorar que o Brasil tem deficiências severas na formação instrucional (educacional). Sendo assim, em algum momento após a virada do século, os bancos integrantes da ANBIMA pensaram: “nós precisamos melhorar o nível de conhecimento e profissionalismo no nosso setor”. A saída foi estabelecer um processo de certificação, que conferisse o conhecimento detido pelas pessoas e auxiliasse a contratar mão de obra qualificada. Aí começaram os processos de certificação. Nesse meio tempo até foi criada uma resolução do CMN (Conselho Monetário Nacional) determinando a certificação profissional para quem trabalha em bancos, mas isto já tinha sido alinhado previamente com os bancos, por iniciativa destes.

Atualmente são 4 certificações organizadas e gerenciadas pela ANBIMA. Ela reconhece outras no seu programa mas as que mantém são CPA-10, CPA-20, CEA e CGA. Essas certificações conferem a quem as detém o reconhecimento público de um conhecimento específico sobre o mercado financeiro. Ainda, neste texto, vamos diferenciar as duas primeiras, mas voltemos ao processo de certificação em si.

Como a ANBIMA é quem certifica a pessoa interessada, ela criou um edital e estabelece programas de conteúdo específico para as certificações. Nesses programas a ABIMA diz quais são os conhecimentos que a pessoa interessada precisa ter para ser certificado. Com isso, ela controla os domínios e as aplicações de cada tipo de certificação, ficando mais fácil diferenciá-las.

Depois das mudanças introduzidas, desde 2017 principalmente, as certificações da ANBIMA têm enfoques e conteúdos bem diferentes. Por exemplo, o assunto Sistema Financeiro Nacional está presente em todas as certificações da ANBIMA, porém com graus de profundidade e enfoque distintos em cada uma delas, condizentes com a atividade profissional para a qual a certificação é orientada. Por isso não dá para estudar para uma pensando em fazer a outra. O estudo tem de ser específico.

Quando um banco abre processo para contratar alguém para ser gerente de contas, por exemplo, e exige a CPA-10, já simplifica demais o processo de constatar se a pessoa tem o conhecimento técnico básico para aquela função. Assim, o processo de seleção pode focar em aspectos comportamentais. Por isso é que mesmo os bancos que não são associados a ANBIMA – como os bancos cooperativos, por exemplo – também exigem as certificações; mesmo “não sendo obrigados”.

As certificações são um atestado de conhecimento.

Com o passar do tempo as pessoas estão tendo mais acesso a graduação. Também os cursos de graduação de modo geral estão melhorando. Quem sabe no futuro as certificações da ANBIMA se modificarão incluindo questões comportamentais. Mas não é o caso hoje. Hoje elas são estritamente sobre o conhecimento técnico do funcionamento e das regras dos mercados financeiros.

CPA-10 vs CPA-20

Sabendo o fundamento das certificações, agora fica mais fácil diferenciá-las.

Grosso modo, a CPA-10 é uma certificação orientada para os gerentes bancários que atuam vendendo produtos de varejo. Portanto, se você pretende trabalhar ou já trabalha em uma instituição bancária com carteira de clientes em geral, esta certificação é para você. Pense no Gerente Geral da agência: a certificação que será exigida dele é a CPA-10.

Já a CPA-20 é uma certificação voltada àqueles profissionais que atuarão em carteiras de clientes do segmento private banking, corporate e investidores institucionais. Em outras palavras, segmentos com clientes com volume financeiro maior e com demandas por produtos mais sofisticados. Então, se você quer trabalhar no Itaú Personalité, no Bradesco Prime, no Banco do Brasil Estilo, no Santander Van Gogh e assemelhados, a CPA-20 é para você.

O que ocorre é que quem tem a CPA-20 pode trabalhar tanto nas atividades de CPA-10 quanto nas de CPA-20. Então algumas pessoas optam por essa certificação para já ficar “livres” para movimentações no banco. Mas é uma questão pessoal. A CPA-10 continua sendo a certificação mais difundida no setor, com o maior número de certificados.

Outro pensamento comum é imaginar que a CPA-20 é mais difícil e por isso os bancos vão preferir quem tem esta certificação, em detrimento de quem tem CPA-10, na hora de contratar, o que não é verdade. Como já pudemos mostrar, a certificação diz respeito a conhecimento técnico, e na hora de contratar alguém os bancos não olham só para isso. A parte comportamental, a capacidade de vender e a disponibilidade contam muito. A certificação é importante, mas não é MAIS importante do que o restante das habilidades e competências que a pessoa precisar para o cargo pretendido.

Legal? Se tiver qualquer dúvida ou comentário deixa aqui embaixo que eu te respondo!

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