Rodrigo Bastos Monteiro
Updated on
10 de janeiro de 2022
Published on10 de janeiro de 2022
15 de junho de 2021
Certificação ANBIMA
Entenda a diferença entre Bolsa, Balcão Organizado e Balcão Não-Organizado.
Rodrigo Bastos Monteiro
Certificação ANBIMA
Balcão organizado é todo mercado onde há regras para negociação. A padronização de contratos, o depósito de margens, a adoção de certos sistemas de informação, a obrigatoriedade de corretores cadastrados etc. Não estou sendo exaustivo e listando todas as regras que um balcão organizado pode ter. Estou apenas te mostrando que um ambiente em que você para ser admitido e para negociar precisa cumprir regras que valem para todos é um balcão organizado. A B3 não tem somente um balcão, que é a bolsa de valores, mas esta é uma característica e formação atual da empresa.
Antes dessa formação atual da B3, os balcões eram mais fáceis de distinguir porque eram administrados por empresas diferentes. Tínhamos a Bovespa, que era uma bolsa de valores, portanto um balcão organizado, onde eram negociados principalmente ações e opções. Não dava e nem dá pra negociar ações na bolsa de valores do jeito que cada um quiser. Além das regras impostas pela CVM, o legislador no Brasil para esta atividade, há regras próprias da bolsa de valores, no sentido de operações mesmo, que os participantes (empresas, corretores e investidores) precisam seguir para ser admitidos e continuar negociando por lá.
Lembrando, que as pessoas entre si podem negociar ações de empresas S.A. fechadas, fora da bolsa de valores. E quando fazem isso estão negociando em balcões não organizados, portanto.
Também tínhamos a BM&F, a Bolsa de Mercadorias e Futuros. Lá eram negociadas commodities como açúcar, boi, café, soja etc, sempre no balcão organizado. Na BM&F os participantes precisavam seguir regras específicas como padronização de contratos, depósitos de margem por contrato, adoção de corretores autorizados, entre diversas outras. De novo, dá pra negociar todas essas mercadorias e derivativos delas em mercados não organizados, em contratos realizados entre comprador e vendedor. Mas com a adoção das regras do balcão organizado, nesse caso administrado pela BM&F, o risco de contraparte fica bem menor, embora os custos aumentem.
A CETIP também era uma empresa que administrava um balcão organizado, principalmente de moedas, de Swap e de Taxa-DI (essa última também tinha na BM&F). As negociações de ativos e derivativos no âmbito da CETIP também seguiam um conjunto de regras específicas.
Claro que estou fazendo essa rememoração histórica apenas para distinguir os balcões organizados dos não organizados, porque houve fusão entre essas três empresas (Bovespa, BM&F e Cetip), não ao mesmo tempo, e o nome da resultante dessa fusão é a B3 (três balcões de negociação: ações, mercadorias e moedas, grosso modo). Os balcões organizados por ela, conforme descrevi acima, continuam existindo, mas agora em sinergia em uma organização que os monopoliza. Aliás, há outros balcões organizados menores que a B3 mantém e que pode vir a criar, como por exemplo o de renda fixa.
Por fim, não confundir balcão organizado com registro. Há negociações, como por exemplo as CDBs em plataforma aberta, que são negociados com intermédio de corretoras e registrados em câmara de registro específica, mas que nem por isso são caracterizadas como balcão organizado. São balcões não organizados, porque não há regras especificas para ser admitido a participar.
Resumo: Balcão organizado é caracterizado por ter regras de negociação. Bolsa é um tipo de balcão organizado. Mas não se negocia ativos reais e sintéticos apenas em negociações em balcões organizados. Assim, as negociações fora desses ambientes são chamadas de negociações em balcões não organizados, aquelas feitas particularmente entre duas partes, sem se ater a regras gerais.
Abraços e bons estudos!
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